quinta-feira, 28 de agosto de 2014

10a Conferência Empresarial analisou cenários econômicos e políticos pós-novembro

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Executivos de primeiro escalão do Vale estiveram
reunidos com especialistas, na cidade de Gaspar

Ao longo de toda a última terça-feira, dia 26 de agosto, executivos de primeiro escalão do Vale do Itajaí ouviram e debateram com especialistas, os cenários econômicos e políticos do Brasil Pós-Novembro, tema principal da 10ª Conferência Empresarial da ForumSul. A reunião ocorreu no Fazzenda Park Hotel, em Gaspar.

A 10ª Conferência Empresarial ocorreu no calor da campanha eleitoral para presidente, governadores, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Os debates foram distribuídos em cinco fases, contemplando temas que abordaram as condições macroeconômicas e sociais; além cenários políticos do país. Uma atenção especial foi dedicada aos riscos e oportunidades de negócios em qualquer dos cenários possíveis.

As apresentações técnicas ficaram sob responsabilidade da equipe de macroeconomia e política da Tendências Consultoria Econômica, empresa capitaneada por Mailson da Nóbrega e Gustavo Loyola e um dos mais renomados institutos de estudos econômicos da América Latina.

O executivo André Armin Odebrecht, diretor dos grupos Cassava e Bovenau, passou uma visão regional do processo e das expectativas no meio empresarial. Félix Christiano Theiss, consultor da Félix Theiss & Associados e ex-prefeito de Blumenau, fez uma conferência motivacional, mostrando a importância da ampla participação do empresário no processo político.

Rafael Cortez e as perspectivas e cenários políticos para 2015-2018

Rafael Cortez, especialista em instituições brasileiras, política comparada e economia política e doutor em Ciência Política pela USP, foi o primeiro conferencista do dia. Falou das Perspectivas e cenários políticos para 2015-2018.

Cortez iniciou sua apresentação mostrando o cenário político eleitoral atual e as alterações no cenário após a morte de Eduardo campos. Ressaltou que descontentes com a política, desgostosos com o governo e defensores do legado de Campos, podem favorecer a candidata que o substituiu. E pontuou que haverá segundo turno para as eleições presidenciais.

Ao traçar um paralelo entre política e economia, pontuou que são mundos distintos e que o grande desafio dos candidatos é casar os dois, já que o voto do eleitor tem uma relação muito próxima com o desempenho da economia. “O eleitor avalia o governo de acordo com a melhoria do seu bem estar”, resumiu.

Pesquisas espontâneas mostram que a preferência do eleitor não está cristalizada. Cortez afirma que essa será a eleição mais incerta desde 1989.

O candidato que alcançar os que ganham até 2,5 salários mínimos será o vencedor. Um universo de 67% dos eleitores. Minas e SP representam 33% do eleitorado total.

Ao comparar as propostas dos três candidatos favoritos nas pesquisas, mostrou um cenário otimista e ideal para o mercado, contemplando metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. Na análise pessimista, a inflação rompe o teto e existe a desvalorização cambial.

Sílvio Campos Neto: Consequências e Cenários Econômicos

Com amplo conhecimento de mercado, o mestre em economia Sílvio Campos Neto trouxe muitos números em sua apresentação onde abordou Consequências e Cenários Econômicos.

Em seu início de apresentação, Campos assinalou que a crise internacional não é motivo para o baixo crescimento do nosso PIB. Sustenta que Brasil perdeu o ritmo econômico nos últimos anos e prevê que média de crescimento 2011 a 2014 ficará em apenas 1,7%. Expectativa de 0,6% para 2014.

“A festa do consumo acabou”, decretou o economista, acrescentando que houve um descompasso entre oferta e a demanda. O foco excessivo em políticas de estímulo ao consumo gerou perda de competitividade e ampliação de desequilíbrios. Para suprir isso, houve aumento de importações. Fator que acabou deteriorando as contas externas e inflacionando os serviços. “Consumo terá que crescer de forma mais alinhada ao PIB nos próximos anos”, recomendou.

Seus estudos apontam ainda o desempenho decepcionante do setor industrial. Para 2014, a projeção é de queda de 2% na produção da indústria de transformação (PIM). Aspectos conjunturais e estruturais têm prejudicado o setor. As dificuldades devem persistir nos próximos anos, mas o comportamento também será muito afetado pela agenda do próximo governo.

O panorama de curto prazo para inflação prevê mudança em curso na dinâmica entre preços livres e administrados. Um processo que tende a se intensificar no próximo ano. A principal incerteza refere-se ao ritmo da correção dos represamentos de preços. Em 2015, os maiores impactos virão junto com os reajustes em energia, combustíveis e transportes públicos.

Num cenário otimista, as perspectivas para indústria, prevêem agenda de desburocratização; reforma ou simplificação tributária; fim do controle de preços; mudança da política de comércio exterior e a recuperação de confiança.

O Brasil tem com principais restrições, na análise do especialista, possui uma baixa ociosidade de mão de obra e reduzido nível do investimento do PIB. No ambiente de negócios, a questão tributária segue como o pior aspecto do Brasil.

Sua previsão aponta para que o crescimento potencial do Brasil é próximo de 3%. Não mais que isso. O dólar segue trajetória de alta nos próximos anos.

Por fim, defendeu a necessidade de um ajuste fiscal, mesmo que modesto, de maneira imperativa. Mesmo num cenário pessimista, instituições devem reagir para evitar a “argentinização”, finalizou.

Uma visão regional com o empresário André Armin Odebrecht

A 10ª Conferência Empresarial foi retomada no início da tarde, com o executivo André Armin Odebrecht, da Cassava e da Bovenau, além da Victor Ohf Administração de Bens Ltda, empresas instaladas em Rio do Sul, com filiais em diversas cidades do país. Tem uma vasta formação acadêmica que inclui cursos de especialização e pós-graduação no exterior. Tem uma grande participação nas entidades empresariais. É vice-presidente regional da FACISC; presidente do conselho superior da ACIRS; vice-presidente de relações empresariais do SIMMMERS e Diretor da FIESC. Ele trouxe a visão regional para enriquecer a Conferência.

Andrê Odebrecht foi taxativo ao definir a infraestrutura como indecente. Os empresários convivem com altos custos e perda de competitividade em razão disso. Em todo momento é preciso focar na logística, pensando em como diminuir custos.

Aponta como um grande desafio, a necessidade de qualificação da mão de obra, com cursos técnicos dirigidos às necessidades locais. A falta de educação básica também inibe o ingresso de alunos. É defensor de uma reforma educacional.

Em sua apresentação, elencou outros problemas gerais: PIB estagnado; recessão no setor industrial; ineficiência governamental; falta de velocidade dos PACs; projetos mal feitos e a burocracia. A carga tributária alta e complexa completa a lista.

Por fim, apontou algumas soluções: inovação, criatividade; parcerias privadas com o setor governamental; a flexibilidade nas relações trabalhistas e uma carga tributária competitiva e ágil.

As Oportunidades de Negócios com Frederico Estrella Valladares

A apresentação de Frederico Estrella Valladares foi recheada de números da economia mundial e brasileira para mostrar quais são as melhores Oportunidades de Negócios entre 2014 a 2018, onde abordou quatro pontos, antes da conclusão sobre o futuro do país: aceleração e estagnação; perspectivas setoriais e regionais; ambiente de negócios e oportunidades; fontes de financiamentos nos próximos anos.

Começou sua apresentação falando dos patamares históricos de commodities, com mineração, óleo, gás e agronegócios sendo os setores mais impactados. Outro ponto foi o aumento da disponibilidade do crédito a partir de 2000. Os setores mais impactados foram o automotivo, a construção civil e o sistema financeiro.

Com aumento de emprego e renda, houve ampliação do consumo. Varejo, logística e serviços a famílias foram os setores que mais ganharam. Houve crescimento no volume de transações nos mais diferentes setores. Mas houve um esgotamento do modelo adotado, exigindo novos desafios: serviços públicos deficientes; infraestrutura precária; ambiente de negócios desfavorável; baixo crescimento da produtividade e baixa integração nacional.

No Brasil, o crescimento da produtividade é limitado e tem declinado nos últimos anos, apontou o especialista, afirmando que o país cresceu aumentando a capacidade ociosa e não aumentando a produtividade. O Brasil também sofre com a reduzida integração internacional.

Como perspectivas setoriais e regionais, as perspectivas de crescimento ainda serão desiguais. “E a Região Sul é a que terá o menor crescimento”, comentou. O setor agropecuário é que vai mais crescer no Sul, com 2,8% de aumento entre 2015 e 2019. Depois vem a indústria.

As melhores oportunidades de negócios para os próximos anos, em sua análise, são: investimentos em infraestrutura; serviços públicos; mudanças de hábitos da população e mudanças tecnológicas. Na infraestrutura, sugere olhar com atenção a logística e o transporte; energia e a gestão ambiental (resíduos sólidos e saneamento básico).

Nos serviços públicos, a aposta é em parcerias público-privadas nos setores de saúde, educação, atendimento ao cidadão, sistema prisional, prédios públicos, iluminação pública, cultura, logística e estacionamentos.

Foi pontual com o BNDES, assinalando que o banco de fomento não pode mais continuar financiamento infraestrutura no mesmo volume dos últimos anos. Chegou ao limite.

Com fontes de financiamento, sugere um novo ciclo: investidores financeiros (Private Equity); mercado de capitais (dívida e equity); bancos comerciais e de investimento; bancos de fomento (nacional e internacional) e parcerias (regional, nacional e global).

A fazer suas conclusões, finalizando sua participação na Conferência, Frederico Estrella Valladares, comentou que existe elevada indefinição do cenário para negócios e que existem oportunidades mesmo com crescimento modesto. Para isso é preciso ver horizonte de transformação de longo prazo.

Félix Theiss: O empresário não pode ficar alheio ao processo

Com um discurso motivador, mostrando fatos que mancharam a política nacional nos últimos anos, Félix Theiss, consultor e ex-prefeito de Blumenau, conclamou a classe empresarial a participar mais ativamente das decisões políticas do país e a cobrar ações de maneira imperativa junto aos políticos, a quem considera empregados do povo.

Félix começou Felix começou abordando a questão ética que faz o cidadão fugir da política. Toda sua apresentação foi pontuada por escândalos políticos que foram notícia nos últimos anos. Tudo para mostrar importância do setor empresarial a se envolver e cobrar mais.

Encerrou sua apresentação mostrando a visão de Henry Ford sobre o automóvel, em 1907, quando lançou os carros sem estradas e postos de combustível. Contou isso para ilustrar o papel de um verdadeiro líder. Por fim, aconselhou os empresários a fixar metas.

O que é a Conferência Empresarial ForumSul?

A Conferência Empresarial Forumsul é formatada para propiciar exposições e debates de ideias, apresentar cases, novidades e informações sobre a gestão empresarial moderna. Cada edição conta com a participação de empresários, investidores ou executivos com poder de decisão nas empresas.

A próxima será no mês de novembro, com o tema principal girando em torno da efetivação de novos negócios na era digital.

Apoiadores

Foram anfitriões da 10ª Conferência Empresarial, as empresas: J. Prayon Partners; a MDS Consultores de Seguros e Riscos e a Tendências Consultoria Integral. O evento também teve o patrocínio da Teiko, HBSIS, Bovenau, Cassava, WK Sistemas, Santa, ACIB e Free Multiagência. CrossCultural, Rádio Nereu Ramos, Rádio Clube de Blumenau, Rádio CBN e o Portal Noticenter, a Tendências Consultoria Integradas, a Felix Theiss & Associados e a Informe Comunicação/Assessoria de Imprensa foram apoiadores institucionais.

Giovani Vitória
Jornalista
Informe Comunicação
Assessor de Imprensa da Forumsul Conferências Empresariais

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