Timbó Park Hotel - 6 de Novembro de 2012
Os Desafios das Empresas Familiares
Alguns depoimentos
“O tema foi muito oportuno, o evento transcorreu de uma forma muito leve, com depoimentos muito verdadeiros e a interação proporcionou uma visão de todos os lados, derrubando as dúvidas que martelam na cabeça de todos nós.”
André Guilherme Zierhlsdorf (MTR Transportes Ltda)
“A Conferência Empresarial tem um formato interesse e inovador e que me agrada bastante. Ajuda a esclarecer e a tirar as dúvidas dos participantes.”
Leomir Minozzo (Service Contabilidade)
“É um formato adequado para o tema proposto. Muitas vezes nos deparamos com grandes dificuldades em solucionar entraves que são criados dentro de nossas organizações. E estas oportunidades servem para trocar informações, discutir a problemática que é comum às diferentes empresas e buscar alternativas de saída que sejam viáveis para garantir a solidez de cada negócio.”
Paulo Luiz da Silva Mattos (Advogado, especialista em direito sucessório, fusões e aquisições)
“Acho extremamente interessante. É a primeira vez que participo. É interessante para quem está vivendo esse processo. Foi extremamente rico, gostei demais. Vamos aproveitar bastante do aprendizado do evento.”
John Mueller (Mueller Eletrodomésticos)
“A grande vantagem da Conferência Empresarial é que ela não é tão pesada. Você tem tempo para a apresentação, para o debate e para a integração. E assunto como o proposto, que é sucessão familiar, necessita de um tempo maior de interação entre as pessoas. Se comunicando, as pessoas aprendem e se motivam a fazer alguma coisa.”
Alidor Lueders (Consultor)
“Um evento diferente, onde ouvimos e praticamos experiências vividas por pessoas inseridas nas questões das empresas. Diferente de um formato onde só temos palestrantes. Nesse formato, você está falando a mesma linguagem, dos mesmos problemas que você vivencia no dia-a-dia. Não é simplesmente a passagem de uma mensagem. É a prática do dia-a-dia.”
Dietmar Piske (Diretor da Altenburg)
A Sucessão Familiar consolida a Conferência Empresarial
O bucólico Timbó Park Hotel, em meio à natureza, foi palco
da 6ª edição da Conferência Empresarial, no dia 06 de novembro, onde “Os
Desafios das Empresas Familiares”, foi o tema abordado ao longo de todo o dia.
A Forumsul trouxe para o evento três palestrantes de renome nacional e
internacional, abordando o tema e incentivando a interação e o debate entre os participantes do evento.
Foi a terceira e última edição da Conferência Empresarial no
ano de 2012. A
primeira do ano foi realizada em Blumenau, no Centro de Eventos do Restaurante
Moinho do Vale, em março, com o tema: “Perspectivas para a Gestão de Negócios
2012/2013”. A “Excelência nos Negócios” foi a temática da quinta edição do
evento – a segunda do ano, ocorrida no Memorial do Parque Beto Carrero World”,
em agosto.
Para fechar o ano com “chave de ouro” e consolidar o evento
como um dos principais em
Santa Catarina , o Conselho da Conferência Empresarial sugeriu
a “Sucessão das Empresas Familiares” como tema.
Na abertura do evento, o
executivo Adalberto Roeder, presidente do Conselho de Administração da Mueller
Eletrodomésticos fez uma saudação aos participantes e conferencistas.
Na sequência, o empresário,
colunista, autor de dois livros e especialista em empresas familiares no Brasil
e no exterior, José Carlos Fonseca Ferreira, abriu a série de conferências com
o tema: “As 10 Chaves do Sucesso de uma Empresa Familiar”.
Na sequência, foi a vez do
advogado Paulo Luiz da Silva Mattos, especialista em direito sucessório, fusões
e aquisições e assessor jurídico em Administração pública, com larga
experiência em questões societárias de empresas familiares.
Após o almoço, os participantes
fizeram uma visita e conheceram o case da
Mueller Eletrodomésticos. No retorno ao hotel, Iêda Baraúna Pinheiro Carvalho
apresentou o case da FBN (Family
Business Network) no Brasil e do Grupo Simões, um dos maiores conglomerados
empresariais brasileiros da Região Norte, de propriedade das famílias dos três
sócios fundadores e formado por 21 empresas.
Destaque ainda para o almoço diferenciado, oferecido pelo
Timbó Park Hotel, à beira da piscina do estabelecimento, em harmonia com a
natureza exuberante, tendo como cardápio, pratos leves a base de pato e
marreco. Ao final da Conferência, os participantes puderam fazer a degustação
de vinhos importados pela Distribuidora Pérgola, ao som do quarteto de cordas
da Orquestra Intermezzo, da Fundação Cultural de Timbó.
Os patrocinadores
Os anfitriões da 6ª Conferência
Empresarial foram a Mueller e o Timbó Park Hotel. Teve ainda o
patrocínio das empresas: Altona, Baumgarten, Beto Carreto World, Bovenau,
Cassava, Free Multiagência, Seara, Sul Brasil, União Saúde, Unicred e a Fundação
Fritz Müller. Facisc, FCDL-SC, Câmara Brasil Alemanha e SBT Santa Catarina
foram apoiadores institucionais.
As 10 chaves do
sucesso de uma empresa familiar
José Carlos Fonseca
Ferreira, empresário, colunista, autor de dois livros, especialista em
empresas familiares no Brasil e no exterior, abriu a 6ª edição da Conferência
Empresarial, no Timbó Park Hotel. Na sua explanação, mostrou de forma didática,
10 dicas de sucesso para empresas familiares. Logo após, respondeu dúvidas e
interagiu com os executivos presentes no evento.
Quais são as 10 chaves do sucesso de uma empresa familiar,
na concepção do especialista:
1ª chave: saber
definir o que é uma empresa familiar.
2ª chave: educar toda família sobre empresas familiares.
3ª chave: ter um plano de sucessão por escrito.
4ª chave: montar um Genograma. É um diagrama pictórico de uma família, mostrando o nível de relacionamento entre cada um, destacando pontos positivos e fatores negativos.
5ª chave: entender a importância de sistemas e bagagens (problemas
que as pessoas carregam com elas).
6ª chave: saber administrar brigas e conflitos.
7ª chave: preparar sucessores. Definir as premissas. Sucessores não
podem assumir o comando apenas porque são herdeiros.
8ª chave: saber a hora de passar o bastão.
9ª chave: realizar reuniões familiares constantes.
10ª chave: praticar a yoga da
gargalhada.Na interação com os executivos
inscritos na Conferência Empresarial, fez uma recomendação para que os filhos,
depois de formados, trabalhem por pelo menos dois anos em outra empresa para
adquirir experiência.
Para a elaboração de um plano de sucessão, quando não há herdeiros, a recomendação é optar pela contratação de um profissional qualificado, mediante pré-requisitos.
Como elaborar um plano de sucessão familiar
O advogado Paulo Luiz da Silva Mattos, especialista em direito sucessório,
fusões e aquisições e assessor jurídico em Administração pública, com larga
experiência em questões societárias de empresas familiares, foi o segundo
palestrante convidado pela Forumsul, para fazer explanação na Conferência
Empresarial.
Trouxe aos participantes um perfil
das empresas familiares no Brasil e apresentou o roteiro para elaboração de um
plano de sucessão familiar, passando pela governança corporativa.
Dos 300 maiores grupos privados
do país, 270 são familiares. Mas alertou que 75% das empresas familiares não
conseguem manter-se unidas quando precisam passar o bastão para segunda e
terceiras gerações.
Outro agravante apontado pelo
especialista: nas empresas familiares, é comum se confundir o caixa da empresa
com o particular. A orientação é estabelecer regras ou regular essa relação.
Vencer estas etapas objetiva
criar um cenário desejável para elaborar um plano de sucessão familiar bem
sucedido. A criação de um Conselho Deliberativo, um Conselho de Família e um Conselho
de Sócios é o primeiro passo.
Mas todas essas ferramentas, na
estrutura societária, devem estar definidas por escrito, passando pelo aval dos
Conselhos, das holdings familiar e de
negócios; e acionistas.
Na montagem de um planejamento
sucessório e societário, a empresa familiar passa por três fases: o momento
filosófico, o momento analítico e as ações, propriamente ditas, onde se enumera
razões e atribuir funções nesta necessidade de mudança de cenário.
A governança corporativa é uma alternativa
sugerida pelo especialista. Mas antes de se implantar, os sócios fazem as
seguintes perguntas: por que estamos juntos? por que queremos estar juntos?
Aspectos familiares devem ser
observados ao se implementar gestão corporativa, separando o patrimônio empresa
e disciplinando a família. Tudo com transparência. equidade (tratamento justo
de todos sócios e partes envolvidas); prestação de contas e responsabilidade
corporativa.
Mueller Eletrodomésticos e Grupo Simões: exemplos de sucessão familiar
bem sucedidos
A Conferência Empresarial
destinou o período da tarde para que os participantes pudessem conhecer duas
histórias bem sucedidas de sucessão familiar. O primeiro case apresentado foi da Mueller
Eletrodomésticos, empresa com sede em Timbó, fundada há 63 anos. A corporação foi uma das anfitriãs da Conferência Empresarial, ao lado do Timbó
Park Hotel.
A explanação da Adalberto Roeder,
presidente do Conselho Deliberativo; John Mueller, diretor presidente; e de
Mônica Mueller, diretora de marketing, antecederam a visita dos participantes
inscritos na planta industrial da fábrica de fogões.
A empresa foi fundada em 1949, em
Timbó, com a razão social de Walter Mueller Ferraria. Hoje é uma das mais
tradicionais e maiores fabricantes de eletrodomésticos de linha branca do País.
Sempre primou pela criação de produtos que satisfazem e atendem as mais
variadas necessidades da família brasileira, traduzidas em seu slogan: "Mueller,
sua família merece".
A Mueller foi a
primeira fabricante de máquinas de lavar roupas do Brasil, em 1951. É 100%
brasileira. Começou gerando 10 empregos. Atualmente conta com 1.267
colaboradores distribuídos em cinco empresas do grupo: 68 na Mueller
Participações S/A; Mueller Eletrodomésticos: 422; Mueller fogões: 401; Hércules
Motores Elétricos: 310 e, por fim, 66 funcionários na Thora Condutores Elétricos.
A linha completa
Mueller é composta por 65 produtos. Uma indústria moderna, que adota processos
inovadores e utiliza o que há de mais avançado em máquinas e equipamentos.
Em suas duas
unidades, com parques fabris que totalizam 139 mil metros quadrados, são
produzidas lavadoras, centrífugas, secadoras, fogões a gás, cooktops e fornos
elétricos que aliam inovação, eficiência, design diferenciado, durabilidade e
respeito ao meio ambiente.
Seus produtos são
vendidos no Brasil e países da América Latina, África, Ásia e Oceania.
Sua rede de
atendimento ao cliente conta com um eficiente serviço de SAC e uma rede de 874
postos de atendimento no Brasil e 17 no Paraguai. É detentora de certificações
ISO 9001 e 14001
Iêda Baraúna Pinheiro Carvalho, membro do Conselho Familiar do Grupo Simões foi a
última conferencista do evento no Timbó Park Hotel. Ela apresentou toda a
história do grupo, incluindo cada passo do processo de formatação do processo de
sucessão familiar.
Grupo Simões
O Grupo Simões surgiu no Amazonas, em 1943, quando Antônio Andrade Simões, aos 19 anos, abriu seu próprio negócio: o Bar e Sorveteria Moderna. Vieram depois, a Panificação e Pastifício Guarani, depois transformada em Papaguara S/A Massas Alimentícias.
O Grupo Simões surgiu no Amazonas, em 1943, quando Antônio Andrade Simões, aos 19 anos, abriu seu próprio negócio: o Bar e Sorveteria Moderna. Vieram depois, a Panificação e Pastifício Guarani, depois transformada em Papaguara S/A Massas Alimentícias.
Simões e Petrônio
Augusto Pinheiro vieram a se tornar parceiros após encontro e atuação conjunta
na Federação das Indústrias do Amazonas. Em 1968 se tornaram sócios, negociando
com a The Coca-Cola Company. No mesmo ano iniciaram a construção da primeira
fábrica de refrigerantes da região. A unidade foi inaugurada em 1970.
Para melhorar o
suprimento de matérias-primas e verticalizar os investimentos, os dois sócios
instalaram uma fábrica de gás carbônico em 1973. No ano seguinte começou a
produção em comercialização do seu próprio guaraná, o Tuchaua. Dois anos depois
abriram uma franquia da Coca-Cola no Pará.
Nesta mesma época, o
economista e contador Osmar Alves Pacífico entrou para sociedade. No da década
de 70, instalaram a primeira mini-fábrica de refrigerantes do país, no Acre.
Os negócios foram
sendo ampliados, com a construção de novas fábricas em Santarém, a segunda e a
terceira unidade no Pará, Porto Velho e Macapá. Diversificou seus negócios,
incluindo a compra de uma rádio e televisão, batizada de Rede Brasil Norte de
Comunicação, repetidora da extinta TV Manchete. Investiu em emissoras de rádio,
com iniciativas que se estenderam até Porto Velho.
A construção civil e
a informática completaram o ciclo de investimento no Norte do país naquele
período.
Mas foi na bebida
seu maior investimento. Agora também na água mineral, lançando ao mercado a
Belágua, produzida no Pará.
O Grupo Simões
alcançou 70% do mercado regional, com uma produção superior a 170 milhões de
litros, sendo reconhecido como o fabricante da década de 80 pela Coca-Cola
Brasil.
Começou ai processo
de sucessão familiar, onde cada um dos três sócios organizou sua holding familiar. Foi desenvolvido o
planejamento patrimonial. Fundadores passaram a ocupar o conselho de
administração e a segunda geração foi para diretoria executiva.
Na década 90, num
espaço de três anos, os fundadores morreram: Antonio Simões, Osmar Pacífico e
Petrônio Pinheiro. Por sorte, o plano de sucessão estava estruturado, mas a
união familiar estava fragilizada. As matriarcas Walderez, Iclé e Zenilde
tiveram papel fundamental nesse processo.
A terceira geração
jovem e "semi-excluída". Não haviam regras e normas que norteassem a
sociedade. A empresa, por sua vez, se consolidava e expandia negócios. Inaugurava
expansões e modernizava suas unidades de refrigerantes, entre 1993 e 2002.
Em 1993, moderniza e
expande o segmento de gás carbônico. Em 1994, ingressa no mercado automotivo.
Em 2000, implanta
novo modelo de gestão com visão de processos. Os quatro sócios diretores
renunciariam aos cargos executivos para ficarem no estratégico (Conselho de
Administração), adotando um modelo de Governança Corporativa.
Deram posse ao
conselho de administração com base nas boas práticas da governança corporativa;
posse do conselho de família; formatação da nova diretoria executiva por
divisões de negócios. O grupo inaugurou seu family
office e passou a fazer o planejamento estratégico. Tem hoje: Conselho de
Administração, a Diretoria Executiva e uma Divisão de Novos Negócios, instalado
em São Paulo.
FBN: a maior rede independente de empresas familiares
do mundo
Antes de apresentar
o case do Grupo Simões, Iêda Baraúna
Pinheiro Carvalho, apresentou a FBN aos participantes. O Family Business
Network - FBN é a maior rede independente de empresas pertencentes a famílias
no mundo com mais de 3 mil empresas associadas em 45 países. Iêda é a diretora
executiva no Brasil.
A FBN foi criada em
1990. O objetivo é compartilhar experiências de empresas familiares. Conta com
um conselho de administração, gerência executiva, comitê de desenvolvimento e
conteúdo e o comitê de futuras gerações.
Seu código de
conduta: confiança e abertura; participação; confidencialidade; respeito e
profissionalismo e não venda de serviços. Empresas familiares de São Paulo,
Amazonas, Rio Grande do Sul são a maioria dos associados na FBN. Santa Catarina
está em quarto lugar, com 4% do volume de sócios.
As empresas que
fazem parte do FBN são dos mais variados segmentos e portes, nacionais e
multinacionais que já passaram para outras gerações e buscam a sustentabilidade
dos negócios.
O FBN e suas
empresas associadas dividem objetivos comuns e apoio mútuo para: promoção das
empresas familiares; desenvolvimento de futuras gerações; oportunidades de
trocas de experiência entre famílias; difusão das melhores práticas e
conhecimentos.
Todas as atividades
do FBN são realizadas em um ambiente de confidencialidade e segurança para
garantir a essência de uma instituição de famílias para famílias.