quarta-feira, 14 de novembro de 2012

6a Conferência Empresarial - Resumo do evento


Timbó Park Hotel - 6 de Novembro de 2012

Os Desafios das Empresas Familiares



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Alguns depoimentos
O tema foi muito oportuno, o evento transcorreu de uma forma muito leve, com depoimentos muito verdadeiros e a interação proporcionou uma visão de todos os lados, derrubando as dúvidas que martelam na cabeça de todos nós.

André Guilherme Zierhlsdorf (MTR Transportes Ltda)


A Conferência Empresarial tem um formato interesse e inovador e que me agrada bastante. Ajuda a esclarecer e a tirar as dúvidas dos participantes.

Leomir Minozzo (Service Contabilidade)


É um formato adequado para o tema proposto. Muitas vezes nos deparamos com grandes dificuldades em solucionar entraves que são criados dentro de nossas organizações. E estas oportunidades servem para trocar informações, discutir a problemática que é comum às diferentes empresas e buscar alternativas de saída que sejam viáveis para garantir a solidez de cada negócio.

Paulo Luiz da Silva Mattos (Advogado, especialista em direito sucessório, fusões e aquisições)


Acho extremamente interessante. É a primeira vez que participo. É interessante para quem está vivendo esse processo. Foi extremamente rico, gostei demais. Vamos aproveitar bastante do aprendizado do evento.

John Mueller (Mueller Eletrodomésticos)


A grande vantagem da Conferência Empresarial é que ela não é tão pesada. Você tem tempo para a apresentação, para o debate e para a integração. E assunto como o proposto, que é sucessão familiar, necessita de um tempo maior de interação entre as pessoas. Se comunicando, as pessoas aprendem e se motivam a fazer alguma coisa.

Alidor Lueders (Consultor)


Um evento diferente, onde ouvimos e praticamos experiências vividas por pessoas inseridas nas questões das empresas. Diferente de um formato onde só temos palestrantes. Nesse formato, você está falando a mesma linguagem, dos mesmos problemas que você vivencia no dia-a-dia. Não é simplesmente a passagem de uma mensagem. É a prática do dia-a-dia.

Dietmar Piske (Diretor da Altenburg)

A Sucessão Familiar consolida a Conferência Empresarial


O bucólico Timbó Park Hotel, em meio à natureza, foi palco da 6ª edição da Conferência Empresarial, no dia 06 de novembro, onde “Os Desafios das Empresas Familiares”, foi o tema abordado ao longo de todo o dia. A Forumsul trouxe para o evento três palestrantes de renome nacional e internacional, abordando o tema e incentivando a interação e o debate entre os participantes do evento.

Foi a terceira e última edição da Conferência Empresarial no ano de 2012. A primeira do ano foi realizada em Blumenau, no Centro de Eventos do Restaurante Moinho do Vale, em março, com o tema: “Perspectivas para a Gestão de Negócios 2012/2013”. A “Excelência nos Negócios” foi a temática da quinta edição do evento – a segunda do ano, ocorrida no Memorial do Parque Beto Carrero World”, em agosto.

Para fechar o ano com “chave de ouro” e consolidar o evento como um dos principais em Santa Catarina, o Conselho da Conferência Empresarial sugeriu a “Sucessão das Empresas Familiares” como tema.

Na abertura do evento, o executivo Adalberto Roeder, presidente do Conselho de Administração da Mueller Eletrodomésticos fez uma saudação aos participantes e conferencistas.

Na sequência, o empresário, colunista, autor de dois livros e especialista em empresas familiares no Brasil e no exterior, José Carlos Fonseca Ferreira, abriu a série de conferências com o tema: “As 10 Chaves do Sucesso de uma Empresa Familiar”.

Na sequência, foi a vez do advogado Paulo Luiz da Silva Mattos, especialista em direito sucessório, fusões e aquisições e assessor jurídico em Administração pública, com larga experiência em questões societárias de empresas familiares.

Após o almoço, os participantes fizeram uma visita e conheceram o case da Mueller Eletrodomésticos. No retorno ao hotel, Iêda Baraúna Pinheiro Carvalho apresentou o case da FBN (Family Business Network) no Brasil e do Grupo Simões, um dos maiores conglomerados empresariais brasileiros da Região Norte, de propriedade das famílias dos três sócios fundadores e formado por 21 empresas.

Destaque ainda para o almoço diferenciado, oferecido pelo Timbó Park Hotel, à beira da piscina do estabelecimento, em harmonia com a natureza exuberante, tendo como cardápio, pratos leves a base de pato e marreco. Ao final da Conferência, os participantes puderam fazer a degustação de vinhos importados pela Distribuidora Pérgola, ao som do quarteto de cordas da Orquestra Intermezzo, da Fundação Cultural de Timbó.

Os patrocinadores
Os anfitriões da 6ª Conferência Empresarial foram a Mueller e o Timbó Park Hotel. Teve ainda o patrocínio das empresas: Altona, Baumgarten, Beto Carreto World, Bovenau, Cassava, Free Multiagência, Seara, Sul Brasil, União Saúde, Unicred e a Fundação Fritz Müller. Facisc, FCDL-SC, Câmara Brasil Alemanha e SBT Santa Catarina foram apoiadores institucionais.


As 10 chaves do sucesso de uma empresa familiar

José Carlos Fonseca Ferreira, empresário, colunista, autor de dois livros, especialista em empresas familiares no Brasil e no exterior, abriu a 6ª edição da Conferência Empresarial, no Timbó Park Hotel. Na sua explanação, mostrou de forma didática, 10 dicas de sucesso para empresas familiares. Logo após, respondeu dúvidas e interagiu com os  executivos presentes no evento.

Quais são as 10 chaves do sucesso de uma empresa familiar, na concepção do especialista:

1ª chave: saber definir o que é uma empresa familiar.
2ª chave: educar toda família sobre empresas familiares.
3ª chave: ter um plano de sucessão por escrito.
4ª chave: montar um Genograma. É um diagrama pictórico de uma família, mostrando o nível de relacionamento entre cada um, destacando pontos positivos e fatores negativos.
5ª chave: entender a importância de sistemas e bagagens (problemas que as pessoas carregam com elas).
6ª chave: saber administrar brigas e conflitos.
7ª chave: preparar sucessores. Definir as premissas. Sucessores não podem assumir o comando apenas porque são herdeiros.
8ª chave: saber a hora de passar o bastão.
9ª chave: realizar reuniões familiares constantes.
10ª chave: praticar a yoga da gargalhada.Na interação com os executivos inscritos na Conferência Empresarial, fez uma recomendação para que os filhos, depois de formados, trabalhem por pelo menos dois anos em outra empresa para adquirir experiência.

Para a elaboração de um plano de sucessão, quando não há herdeiros, a recomendação é optar pela contratação de um profissional qualificado, mediante pré-requisitos.

Como elaborar um plano de sucessão familiar



O advogado Paulo Luiz da Silva Mattos, especialista em direito sucessório, fusões e aquisições e assessor jurídico em Administração pública, com larga experiência em questões societárias de empresas familiares, foi o segundo palestrante convidado pela Forumsul, para fazer explanação na Conferência Empresarial.

Trouxe aos participantes um perfil das empresas familiares no Brasil e apresentou o roteiro para elaboração de um plano de sucessão familiar, passando pela governança corporativa.

Dos 300 maiores grupos privados do país, 270 são familiares. Mas alertou que 75% das empresas familiares não conseguem manter-se unidas quando precisam passar o bastão para segunda e terceiras gerações.

Outro agravante apontado pelo especialista: nas empresas familiares, é comum se confundir o caixa da empresa com o particular. A orientação é estabelecer regras ou regular essa relação.

Vencer estas etapas objetiva criar um cenário desejável para elaborar um plano de sucessão familiar bem sucedido. A criação de um Conselho Deliberativo, um Conselho de Família e um Conselho de Sócios é o primeiro passo.

Mas todas essas ferramentas, na estrutura societária, devem estar definidas por escrito, passando pelo aval dos Conselhos, das holdings familiar e de negócios; e acionistas.

Na montagem de um planejamento sucessório e societário, a empresa familiar passa por três fases: o momento filosófico, o momento analítico e as ações, propriamente ditas, onde se enumera razões e atribuir funções nesta necessidade de mudança de cenário.

A governança corporativa é uma alternativa sugerida pelo especialista. Mas antes de se implantar, os sócios fazem as seguintes perguntas: por que estamos juntos? por que queremos estar juntos?

Aspectos familiares devem ser observados ao se implementar gestão corporativa, separando o patrimônio empresa e disciplinando a família. Tudo com transparência. equidade (tratamento justo de todos sócios e partes envolvidas); prestação de contas e responsabilidade corporativa.

Mueller Eletrodomésticos e Grupo Simões: exemplos de sucessão familiar bem sucedidos

A Conferência Empresarial destinou o período da tarde para que os participantes pudessem conhecer duas histórias bem sucedidas de sucessão familiar. O primeiro case apresentado foi da Mueller Eletrodomésticos, empresa com sede em Timbó, fundada há 63 anos. A corporação foi uma das anfitriãs da Conferência Empresarial, ao lado do Timbó Park Hotel.

A explanação da Adalberto Roeder, presidente do Conselho Deliberativo; John Mueller, diretor presidente; e de Mônica Mueller, diretora de marketing, antecederam a visita dos participantes inscritos na planta industrial da fábrica de fogões.

A empresa foi fundada em 1949, em Timbó, com a razão social de Walter Mueller Ferraria. Hoje é uma das mais tradicionais e maiores fabricantes de eletrodomésticos de linha branca do País. Sempre primou pela criação de produtos que satisfazem e atendem as mais variadas necessidades da família brasileira, traduzidas em seu slogan: "Mueller, sua família merece".

A Mueller foi a primeira fabricante de máquinas de lavar roupas do Brasil, em 1951. É 100% brasileira. Começou gerando 10 empregos. Atualmente conta com 1.267 colaboradores distribuídos em cinco empresas do grupo: 68 na Mueller Participações S/A; Mueller Eletrodomésticos: 422; Mueller fogões: 401; Hércules Motores Elétricos: 310 e, por fim, 66 funcionários na  Thora Condutores Elétricos.

A linha completa Mueller é composta por 65 produtos. Uma indústria moderna, que adota processos inovadores e utiliza o que há de mais avançado em máquinas e equipamentos.

Em suas duas unidades, com parques fabris que totalizam 139 mil metros quadrados, são produzidas lavadoras, centrífugas, secadoras, fogões a gás, cooktops e fornos elétricos que aliam inovação, eficiência, design diferenciado, durabilidade e respeito ao meio ambiente.

Seus produtos são vendidos no Brasil e países da América Latina, África, Ásia e Oceania.

Sua rede de atendimento ao cliente conta com um eficiente serviço de SAC e uma rede de 874 postos de atendimento no Brasil e 17 no Paraguai. É detentora de certificações ISO 9001 e 14001




Iêda Baraúna Pinheiro Carvalho, membro do Conselho Familiar do Grupo Simões foi a última conferencista do evento no Timbó Park Hotel. Ela apresentou toda a história do grupo, incluindo cada passo do processo de formatação do processo de sucessão familiar.

Grupo Simões

O Grupo Simões surgiu no Amazonas, em 1943, quando Antônio Andrade Simões, aos 19 anos, abriu seu próprio negócio: o Bar e Sorveteria Moderna. Vieram depois, a Panificação e Pastifício Guarani, depois transformada em Papaguara S/A Massas Alimentícias.

Simões e Petrônio Augusto Pinheiro vieram a se tornar parceiros após encontro e atuação conjunta na Federação das Indústrias do Amazonas. Em 1968 se tornaram sócios, negociando com a The Coca-Cola Company. No mesmo ano iniciaram a construção da primeira fábrica de refrigerantes da região. A unidade foi inaugurada em 1970.

Para melhorar o suprimento de matérias-primas e verticalizar os investimentos, os dois sócios instalaram uma fábrica de gás carbônico em 1973. No ano seguinte começou a produção em comercialização do seu próprio guaraná, o Tuchaua. Dois anos depois abriram uma franquia da Coca-Cola no Pará.

Nesta mesma época, o economista e contador Osmar Alves Pacífico entrou para sociedade. No da década de 70, instalaram a primeira mini-fábrica de refrigerantes do país, no Acre.

Os negócios foram sendo ampliados, com a construção de novas fábricas em Santarém, a segunda e a terceira unidade no Pará, Porto Velho e Macapá. Diversificou seus negócios, incluindo a compra de uma rádio e televisão, batizada de Rede Brasil Norte de Comunicação, repetidora da extinta TV Manchete. Investiu em emissoras de rádio, com iniciativas que se estenderam até Porto Velho.

A construção civil e a informática completaram o ciclo de investimento no Norte do país naquele período.

Mas foi na bebida seu maior investimento. Agora também na água mineral, lançando ao mercado a Belágua, produzida no Pará.

O Grupo Simões alcançou 70% do mercado regional, com uma produção superior a 170 milhões de litros, sendo reconhecido como o fabricante da década de 80 pela Coca-Cola Brasil.

Começou ai processo de sucessão familiar, onde cada um dos três sócios organizou sua holding familiar. Foi desenvolvido o planejamento patrimonial. Fundadores passaram a ocupar o conselho de administração e a segunda geração foi para diretoria executiva.

Na década 90, num espaço de três anos, os fundadores morreram: Antonio Simões, Osmar Pacífico e Petrônio Pinheiro. Por sorte, o plano de sucessão estava estruturado, mas a união familiar estava fragilizada. As matriarcas Walderez, Iclé e Zenilde tiveram papel fundamental nesse processo.

A terceira geração jovem e "semi-excluída". Não haviam regras e normas que norteassem a sociedade. A empresa, por sua vez, se consolidava e expandia negócios. Inaugurava expansões e modernizava suas unidades de refrigerantes, entre 1993 e 2002.

Em 1993, moderniza e expande o segmento de gás carbônico. Em 1994, ingressa no mercado automotivo.

Em 2000, implanta novo modelo de gestão com visão de processos. Os quatro sócios diretores renunciariam aos cargos executivos para ficarem no estratégico (Conselho de Administração), adotando um modelo de Governança Corporativa.

Deram posse ao conselho de administração com base nas boas práticas da governança corporativa; posse do conselho de família; formatação da nova diretoria executiva por divisões de negócios. O grupo inaugurou seu family office e passou a fazer o planejamento estratégico. Tem hoje: Conselho de Administração, a Diretoria Executiva e uma Divisão de Novos Negócios, instalado em São Paulo.



FBN: a maior rede independente de empresas familiares do mundo

Antes de apresentar o case do Grupo Simões, Iêda Baraúna Pinheiro Carvalho, apresentou a FBN aos participantes. O Family Business Network - FBN é a maior rede independente de empresas pertencentes a famílias no mundo com mais de 3 mil empresas associadas em 45 países. Iêda é a diretora executiva no Brasil.

A FBN foi criada em 1990. O objetivo é compartilhar experiências de empresas familiares. Conta com um conselho de administração, gerência executiva, comitê de desenvolvimento e conteúdo e o comitê de futuras gerações.

Seu código de conduta: confiança e abertura; participação; confidencialidade; respeito e profissionalismo e não venda de serviços. Empresas familiares de São Paulo, Amazonas, Rio Grande do Sul são a maioria dos associados na FBN. Santa Catarina está em quarto lugar, com 4% do volume de sócios.

As empresas que fazem parte do FBN são dos mais variados segmentos e portes, nacionais e multinacionais que já passaram para outras gerações e buscam a sustentabilidade dos negócios.

O FBN e suas empresas associadas dividem objetivos comuns e apoio mútuo para: promoção das empresas familiares; desenvolvimento de futuras gerações; oportunidades de trocas de experiência entre famílias; difusão das melhores práticas e conhecimentos.

Todas as atividades do FBN são realizadas em um ambiente de confidencialidade e segurança para garantir a essência de uma instituição de famílias para famílias.

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