7ª Conferêcia Empresarial Forumsul reúne mais de 50 empresários da região em Blumenau para debater sobre Internacionalização Empresarial
O evento que aconteceu no dia 19 de março no Moinho do Vale em Blumenau contou com a presença do presidente do Conselho Regional do Grupo Voith no Brasil, Edgar Horny, do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang, do sócio sênior da Ernst & Young Terco, Luiz Carlos Passetti e do ex-diretor internacional da WEG, Celso Vili Siebert. Confira um breve resumo da apresentação de cada conferencista:
Luiz Carlos Passetti: “O mundo enxerga e quer explorar o nosso mercado.”
O executivo Luiz Passetti abriu a 7ª
Conferência Empresarial apresentou razões para internacionalizar um
negócio. Começou exibindo uma pesquisa realizada com
líderes globais, onde 74% afirmaram que suas maiores receitas virão de negócios
efetivados em países emergentes. "O mesmo mercado interno onde estamos
instalados o mundo também enxerga e quer explorar" destacou o executivo,
acrescentando que o mundo está interessado no Brasil e que país será o quinto
maior mercado consumidor até 2020.
Destacou o surgimento de uma nova classe
média de consumidores (40 milhões de pessoas já atingiram o nível entre 2003 e
2011). Nos próximos dois anos, espera-se um aumento de 15 milhões de pessoas na
classe média.
E ainda apontou que o Brasil será o segundo maior
mercado consumidor de artigos de pet
shops no mundo, por exemplo; e terceiro, em automóveis, motos, alimentos e
bebidas, vestuário, computadores, perfumes e cosméticos.
O
risco Brasil
Sobre os riscos de desaceleração do
crescimento do consumo no Brasil, Passetti assinala o grande crescimento do volume
de oferta de crédito para o consumo nos últimos anos. Ainda tem espaço para
crescer, mas a tendência é estabilizar. “Por isso, o risco de ficar dependente
de apenas um mercado”, alertou aos participantes da Conferência Empresarial,
sugerindo novamente a exploração de negócios no exterior.
Outros dados econômicos apontam que o comércio
varejista cresceu 8,5% em 2012.
A estimativa é de 5% em 2013. O consumo das famílias
cresceu 3%, representando R$ 2,7 trilhões. A formação bruta de capital fixo
(oferta) foi 4% a menos que 2011 e equivale a 19% do PIB.
Mais
investimentos em pesquisa e desenvolvimento
O Brasil ainda é considerado um país com
economia fechada. Em 2007 teve o sétimo maior PIB do mundo, mas ficou apenas na
23ª colocação entre os maiores exportadores mundiais e investe somente 1,20% do
seu PIB em pesquisa e desenvolvimento.
Comparou com a Coréia do Sul. 14º maior PIB
do mundo, mas oitavo em exportação, mas que investe 3,40% em P&D. Outro
país, a China, tem o segundo PIB do mundo, é o primeiro em exportação, o 27º em
importação. Investe 1,55% em pesquisa e desenvolvimento.
Os países que mais investem em pesquisa e
desenvolvimento e na formação de cientistas, engenheiros são os que mais
exportam. Desde ano passado o Governo Federal investe para aumentar o número
destes profissionais no Brasil.
A demanda global por produtos manufaturadas
cresce a uma média anual de 3,3%. Brasil apenas 1,8% na exportação destes
produtos. 47% de nossas exportações são de produtos primários.
As exportações do Brasil dependem muito do
agronegócio. Com a queda das commodities,
o setor cresceu pouco. Apontou a carga tributária, a infraestrutura e a matriz
energética como os principais "nós" que atrapalham o crescimento da
economia.
Por outro lado, em 2011 o Brasil bateu o
recorde de ingressos líquidos. Um crescimento de 37,5% em relação a 2010. Houve
uma redução de 2,3% em relação a 2001. A redução do IED no Brasil foi bem menos
intensa que a verificada nos fluxos mundiais, de 18,3%. Com isso o Brasil
ampliou sua participação líquida.
Quem
é Luiz Passetti
O executivo é sócio sênior da
Ernst & Young Terco onde atua há 29 na prestação de serviços de auditoria e
consultoria em empresas de diversos segmentos da economia. Notadamente clientes
internacionais e de grande porte. Entre as empresas que ele assessora se
encontram Natura, BRF, Telefônica e Alupar. A Ernst & Young Terco é uma
empresa de consultoria globalizada que conta com 19 mil profissionais em
consultoria distribuídos em 140 países.
Edgar
Horny: “Alemanha tem um ambiente seguro, com legislações claras.”
A segunda conferência do dia teve Edgar
Horny como âncora. O cenário econômico alemão foi enfatizado na primeira parte
da apresentação. Depois, os motivos para se investir no país.
Alemanha tem um ambiente seguro, com
legislações claras. Citou como exemplo a proteção da propriedade intelectual.
Quem pretende investir na Alemanha pode obter
incentivos governamentais. “Mas não invista lá pensando em recebê-los. É um
grande erro”, recomendou. O segundo erro, segundo o executivo, é investir
pensando que o imposto é baixo. Mas o governo é pontual e ágil nos pagamentos
dos créditos gerados pelos impostos. A Alemanha investe quase 3% do seu PIB em
pesquisa e as empresas contam com parceria com as universidades. Por essa
razão, deu como dica a visita aos centros de pesquisas quando da visita ao
país.
"Também sugiro conhecer as tecnologias alemãs
e comparar com as brasileiras. Concluirão que as tecnologias de lá são muito
mais avançadas que as brasileiras" decretou.
Geração
e distribuição de energia
A Alemanha tem tarifas diferenciadas de
energia elétrica como forma de incentivar seu uso em diversos horários.
O norte da Alemanha ganhou uma vantagem
tecnológica com sua matriz energética, apostando na energia eólica. Mas ainda
está em evolução.
Relacionamento
com sindicatos
Na Alemanha, as empresas são obrigadas a
investir na educação dos trabalhadores que pertencem aos seus conselhos de
fábrica. Assim, estes representantes dos trabalhadores, sindicalistas, sabem
ler um balanço e têm conhecimento da situação das empresas. É um facilitador
para se sentar à mesa e negociar com os representantes dos trabalhadores.
"Nas empresas brasileiras quem faz o
contato com os sindicalistas são os coordenadores de RH. Os diretores "se
escondem". Um grande erro na avaliação do especialista" lamentou.
Associação
dos Engenheiros Brasil e Alemanha
Por fim, apresentou a Associação dos
Engenheiros Brasil e Alemanha (VDI). A entidade existe na Alemanha há mais de
100 anos. O objetivo é aprimorar o conhecimento e trocar experiências. Em maio
a entidade realizará um simpósio internacional em São Paulo, com o tema: “Novos
materiais, novos processos"
A VDI divulga suas ações por meio uma
revista, uma publicação técnica e um site: www.vdibrasil.com.br.
Quem
é Edgar Horny
Presidente do conselho regional do
Grupo Voith no Brasil. Alto executivo alemão com larga carreira profissional na
internacionalização de empresas brasileiras e alemãs. Atuou como presidente
executivo da Voith e da Voith Hydro em São Paulo e, até fevereiro de 2013, foi
Presidente da VDI (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha) que age como
interlocutor de tendências tecnológicas entre Brasil e Alemanha e parceiro
junto às empresas com foco na cooperação tecnológica, possibilitando melhores
resultados no competitivo mercado indústria. Atualmente integra a Senior
Advisory Board da AHK e da ABDIB.
Charles
Andrew Tang: “A China oferece competitividade, qualidade, quantidade e
distribuição em escala global”
Charles Andrew Tang, presidente da Câmara
de Comércio e Indústria Brasil-China foi o primeiro conferencista da tarde. Concentrou
boa parte de sua apresentação na exibição dos números da economia chinesa,
mostrando e comparando os negócios efetivados com o Brasil.
A China é a nação com o maior crescimento
econômico dos últimos 25 anos, com média do crescimento do PIB em 10% por ano,
tornando-se a maior exportadora do mundo em 2010.
A China oferece competitividade, qualidade,
quantidade e distribuição em escala global, reduzindo custos, prazos e
atendendo o mundo inteiro. Por fim, tecnologia, com capacidade de produzir
produtos sofisticados e inovadores, utilizando a mais alta tecnologia.
Brasil exporta 29 bi para China e importa
22 bi. Para o mundo, o Brasil exporta 160 bi e importa 147 bi. Foi de 75
bilhões de dólares foi o fluxo do comércio entre Brasil e China no ano passado.
O Brasil exportou 77 aviões para a China
nos últimos cinco anos. No ano passado foram 27 – o equivalente a US$ 876
milhões das exportações brasileiras.
Feira
de Cantão
Por fim, Charles Andrew Tang falou que a Câmara
de Comércio e Indústria Brasil-China está promovendo a Feira de Cantão, a maior
feira de negócios do mundo. O evento ocorrerá de 15 de abril a 05 de maio. São
um milhão de metros quadrados de feira, 56 mil estandes e 150 mil produtos em
exposição.
Quem
é Charles Andrew
É membro do Instituto Fernand
Braudel de Economia Mundial e do World Policy Intstitute em New York. A Câmara
Brasil-China está presente em diversas cidades no Brasil e na China, com
representações na América Latina. Colabora com grandes empresas brasileiras e
estrangeiras para estreitar suas relações com a China e o Brasil como:
Votorantim, Odebrecht, Johnson & Johnson, Holcim, Sino Steel, JAC
Automobiles, Foton and Grentech. Atua também em consultoria de investimentos e
de fusões e aquisições internacionais.
Celso
Vili Siebert: "O sucesso no mercado externo depende de consistência, talentos, presença própria, assumir responsabilidades e inovação."
Segundo Celso, último conferencista do
evento, um dos obstáculos encontrados durante o processo de internacionalização
da WEG foi reverter a imagem negativa do Brasil no exterior. Esse obstáculo foi
superado por meio de uma "ferramenta de marketing" que consistia em
trazer clientes e potenciais clientes para visitar as instalações da empresa no
país. O intercâmbio contribui significativamente para que os estrangeiros
mudassem sua concepção a respeito do Brasil.
Celso Vili Siebert finalizou sua
apresentação expondo as razões que levaram ao sucesso da WEG no mercado
externo: consistência, talentos (recursos humanos), presença própria (trabalhar
com distribuidores), assumir responsabilidades e inovação.
Quem
é Celso Vili Siebert
Foi diretor internacional da
WEG, iniciado nos anos 70. Durante sua carreira de mais de 35 anos, como
Diretor Internacional da WEG, ele foi um player principal do processo de
internacionalização da empresa. Foi a partir de 1991, ano que inaugurou a
primeira filial da empresa no exterior, assumindo em seguida a presidência da
WEG Electric Motors Corp. nos Estados Unidos.
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