Alidor Lueders
Reconhecido e destacado executivo com vasta
experiência e profundas vivências de gestão empresarial. Participou no
crescimento e desenvolvimento do Grupo
WEG de pequena empresa, nacional para
multinacional e de empresa de produtos para empresa de soluções industriais.
Iniciou na WEG na Gerência de Auditoria Interna/Jurídica (1971) em função da formação em Contabilidade e Direito.
Em 1979 foi promovido ao cargo de Diretor onde exerceu diferentes cargos a
nível corporativo nacional e internacional. Envolvido em todas as estratégias
de estruturação, de diversificação, de internacionalização, fusões, cisões e
aquisições, etc. e no próprio desenvolvimento do Grupo Weg.
Atualmente alem de atuar no
conselho fiscal da WEG , participa nos conselhos de importantes empresas da
região como Dudalina, Marisol, Leardini,
Lunender Têxtil, Tuper, Pamplona. Tem uma destacada atuação de assessoria Governança
Corporativa
A desindustrialização é uma ameaça face a competição dos produtos importados?
Ser criativo é uma resposta.
Importante
a entrevista da nossa Presidente Dilma Rousseff, na Revista Veja, de 28.03.12,
que se coaduna com os interesses empresariais, porque reconhece a necessidade
de investir em condições e fatores que permitam maior competitividade à
indústria brasileira, referindo-se especialmente que:
- os impostos devem cair;
- os investimentos privados e estatais têm de aumentar;
- e o que tiver que ser feito para elevar a produtividade e sua competitividade externa será feito;
- a necessidade de “consertar a máquina administrativa federal”, e dotar o estado de processos transparentes em que as melhores práticas sejam identificadas, premiadas e adotadas mais amplamente;
- o problema cambial, decorrente de injeção de recursos no Brasil com fim de “arbitragem” obriga o Brasil a adotar medidas defensivas para proteger-se contra pressões desestabilizadoras externas do excessivo capital especulativo;
- mas, o Brasil quer atrair empresas externas para aqui se instalarem com vistas a transferência da tecnologia e criação de empregos.
Do
conteúdo depreende-se que, não serão as afinidades ideológicas que regerão os
laços do Brasil com o mundo, mas sim as oportunidades econômicas e comerciais.
As oportunidades do mercado em 2012 parecem indicar um cenário de recuperação,
decorrentes do encaminhamento de solução do Acordo da Grécia com a União
Européia, e a leve recuperação da economia americana.
Os
Bancos Centrais dos países industrializados mantêm uma política monetária expansiva,
o que se traduz em importantes volumes de liquidez e baixas taxas de juros.
Todavia,
no Brasil remanescem na indústria manufatureira questões decorrentes do frustrante
crescimento de apenas 2,7% do PIB, em 2011 e o PIB Industrial cresceu apenas
1,6% em relação a 2010, lançando dúvidas sobre 2012. E os maus resultados, decorrem
por fatores que combinam o cenário da crise global, câmbio desfavorável e
acirramento da competição interna com o aumento expressivo das importações.
Conforme
a revista Conjuntura Econômica, vol. 66 nº 03, no artigo “O Calvário da
Indústria”, atualmente, o salário (custo unitário do trabalho) está crescendo e
a produtividade não, mas grande parte desse movimento pode ser atribuído ao
câmbio, porque o custo da mão-de-obra é medido em dólar. “Uma valorização
extraordinária e intensa como ocorreu com o Real é dilaceradora da
indústria nacional”. Assim como a competitividade também é afetada pelo Custo
Brasil, hoje reconhecido pelos órgãos governamentais, face ao risco de
desindustrialização.
Resultado
- as vendas no varejo crescem mais do que os da indústria, face aos importados;
e o faturamento da indústria cresce mais do que a produção, porque os insumos
da cadeia produtiva estão sendo substituídos pelos importados, reduzindo o
valor adicionado. O que importa dizer que, temos dificuldades em competir nas
exportações e no próprio mercado interno. O setor agropecuário (commodities),
por ser muito produtivo no país, tem sido compensado por preços internacionais
altamente favoráveis. Os setores de alimentos e bebidas têm grande peso na
indústria como um todo, mas não sofrem o impacto tão grande dos importados. O
setor de serviços não está sofrendo a competição dos importados.
As
medidas adotadas no âmbito do Plano Brasil Maior ajudam a minorar o problema da
indústria brasileira com os importados, mas são insuficientes. Verifica-se que
o governo está se movimentando na tomada de medidas a favor da indústria, mas
é preciso reforçar o sentido de urgência, o que exige reformas estruturais.
Aparentemente as políticas macro econômicas de curto prazo estão direcionadas ao atingimento:
- da depreciação do câmbio (Real), para permitir maior competitividade e evitar a desindustrialização e reagir a guerra cambial, com risco de aumento da inflação;
- do crescimento econômico na ordem de 5% ao ano;
- e, da redução da taxa de juros, para impulsionar a atividade econômica e conter a apreciação do real.
A
questão que se poderia colocar é se essa política a longo prazo é sustentável,
sem se fazer urgentemente as necessárias reformas estruturais, que geram o “Custo
Brasil”. Na realidade cabe as empresas se adequarem rapidamente aos distúrbios
econômicos, procurando continuadamente através da inovação produzir e criar
valor a seu negócio.
As oportunidades
do mercado brasileiro, com potencial de sustentar o crescimento são conhecidas,
desde investimentos em infraestrutura, agregar maior valor as commodities
exportadas, até o atender o desejo do consumidor. O desafio é preparar-se e
estar atento para participar.
A
instituição de Conselho de Administração, com a inclusão de membros
independentes, que por sua natureza toma decisões colegiadas, e acaba adotando
uma liderança compartilhada, pode contribuir com o crescimento e sucesso da
empresa, na medida em que são questionados a estrutura e o modelo de negócios existentes,
suscitando desafios para a empresa desenvolver novos produtos, ampliação dos
negócios, atuar em novos segmentos de mercado, enfim definindo planos para o
futuro. O importante é a empresa criar vantagens competitivas, atuando de forma
diferente – inovando continuadamente.
O
desenvolvimento de trabalho em equipe, a educação que fomenta a criatividade e
espírito crítico, o apoio a novas iniciativas, etc. devem ser ferramentas de
gestão, visando criar o espírito empreendedor em todas as áreas da empresa.
Alidor Lueders
DPL Consultoria Empresarial
29/03/2012
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